terça-feira, 6 de dezembro de 2011

“O coração conhece a sua própria amargura, e da sua alegria não participará o estranho.” PV 14:10

“Até no riso tem dor o coração, e o fim da alegria é a tristeza.” PV 14:13

Quantas vezes rimos, mas nossa vontade era de chorar. E choramos. Por dentro. Quem é que, nos dias de hoje, despende um minuto que seja para ouvir, apenas ouvir, aquele que precisa chorar? Um minuto? Se pararmos para ouvir as lamúrias alheias, perderíamos horas e horas. Mas, por outro lado, será que nos prestamos nos derramar em prantos a um amigo? Provavelmente não, pois não queremos o incomodar. Quem sabe, uma ou duas palavras, mas “toda a história”... melhor não. Afinal, podemos até perder este amigo. Ele pode achar que somos inconvenientes. Que só sabemos reclamar da vida, quando tantos tem problemas infinitamente maiores.

Será que é por pensar assim que não nos derramamos à JESUS? Medo dELE desistir de nós?

Invariavelmente, somos repletos de dores, amarguras, tristezas que, guardadas a sete chaves em nossos corações, escondem-se atrás de sorrisos. Falsos, mas sorrisos. E não adianta considerar o fato de que muitos dos homens e mulheres citados na Bíblia também sofreram muito antes de serem abençoados. Gosto muito do exemplo de José. Aliás, citou-o por excesso até. (Gn 37:1-50:26) Imagine você ser vendido como escravo por seus irmãos? Ser jogado na cadeia por fazer a coisa certa. Quem em sã consciência aceita isso? Bom, a Bíblia diz que José aceitou com resignação. Porque sabia que o SENHOR não o abandonaria. Que ELE tinha sonhos para sua vida. Mas, provavelmente, mesmo José, devia amargurar suas desgraças. Mas não transparecia. Ele se derramava com a pessoa certa. Com DEUS. ELE orava. Jejuava. E amava tanto a DEUS que, mesmo nas dores, o louvava.

Guardar rancores, dores, tristezas... ocupa espaço. Imaginemos uma cisterna, em período de colheita. Grãos, por exemplo. Lembrei de José de novo. Durante a colheita, os produtores guardavam o resultado de sua labuta naqueles reservatórios ao ponto de abarrotarem-na. Provavelmente, em dado momento, era necessário um novo compartimento, pois naquele nada mais caberia. Mas, temos um segundo coração? Bom, eu certamente, não.

E voltamos ao dilema do amigo com quem gostaríamos de “esvaziar nossa cisterna”, mas o medo de incomodá-lo, de perder a confiança, e mesmo, a amizade deste, faz com que não o façamos. Mas... E nossa cisterna? O que acontecerá se ela se encher totalmente? Como reagirá nosso coração se nele acumularmos dores, tristezas, amarguras...? Bem, nos dias de hoje vemos muitas pessoas com depressão, irritadas, agressivas, desesperadas... Temos visto tantos se suicidarem, molestarem e até matarem seus irmãos... “Um irmão entregará à morte outro irmão, e o pai, ao filho; filhos haverá que se levantarão contra seu progenitores e os matarão” (MT 10:21). Creio que a resposta está à nossa face.

Mas, a pergunta que sempre nos fazemos, mesmo que, lá no fundo, saibamos a resposta é: a quem recorrer? “Bendito o Senhor, que me aconselha; pois até durante a noite o meu coração ensina” (Sl 16:7). Precisa mais?

Nossos amigos em terra, por melhores que sejam, nunca serão realmente o suporte que precisamos, por mais que se esforcem e possamos achar que o sejam. O melhor amigo com quem podemos “esvaziar” nossas amarguras é JESUS. Fazendo isso, nossos sorriso, continuará sempre “sorridente”, por mais que haja dor em nossos corações. O maravilhoso. Somos humanos. Sempre teremos algo a amargurar-nos, porém, sempre teremos quem nos ouve. Uma cisterna que nunca abarrota. Pelo contrário. Está sempre trocando nossos dores, nossas amarguras, nossas iras e depressões por amor, paz e bênçãos.

O difícil é saber como “se achegar a ELE” e começar a ser sincero? Encontre um cantinho para as conversar com ELE. Aquele cantinho especial. E comece assim...

Cria em mim, ó DEUS, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. (Sl 51:10). Tenho certeza que ELE vai te ouvir o tempo que você quiser, seja minutos ou horas... E, a certeza que a PALAVRA tem me mostrado, ELE jamais desistirá de ti, meu irmão.

Paz e bênçãos a todos.

Jurandir

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