sexta-feira, 2 de abril de 2010

A cruz nossa de cada dia

“Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tú o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também. Respondeu-lhe, porém, o outro, repreendendo-o dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem; mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.”
Lc: 23,39-43

Este é um cenário muito conhecido de todos os cristãos. Jesus, em seus últimos momentos de vida terrena, na cruz, ladeado por dois malfeitores. É interessante como ambos, durante suas vidas, seguiram caminhos idênticos, mas, agora, na hora de suas mortes, tomam rumos diferentes. Enquanto um ainda se apegava à vida mundana o outro, se apercebe de seus erros e de uma forma simples, pede perdão a Jesus: “Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino.”.

Ouvimos esta Palavra em um culto em minha Igreja, na qual nosso pastor pregou-nos de nossa preocupação com o futuro. O primeiro malfeitor a falar, critica Jesus por ajudar a tantos e não a si mesmo e a ele. Na verdade, este queria ser livre daquela cruz, para continuar vivendo e, me atrevo a acrescentar, continuar sua vida de erros. O outro, reconhecendo em Jesus o filho de Deus, pede pela sua alma, quando vier o Reino. Em ambos os casos, eles se preocupam apenas com o futuro.  Mas Jesus não promete para o futuro. Ele promete para o presente. Em uma brincadeira de criança, dizíamos que o amanhã nunca chegaria, pois, quando este chegasse, seria hoje. As crianças são as pérolas de Jesus. Aos que são como elas, Jesus promete o Reino dos Céus. (Mt:18, 2-4). Jesus sabia que a criança é pura de coração. Nos dias de hoje, infelizmente, muitas são corrompidas pelos mais velhos, perdendo sua inocência, a marca que Jesus vê nas crianças e não nos adultos. Pensamos demasiadamente no futuro: dinheiro, poder, maledicências, enquanto as crianças, só pensam em ser crianças. Mas, e se Jesus retornar HOJE? Teríamos deixado o mais importante para amanhã? A referência de importância é confusa, mas apenas para os não crentes. Para nós, importante é servir a Deus, seguindo os ensinamentos de Jesus.

Mas, e se na verdade, a necessidade deste texto na Bíblia não for a mostrar-nos duas pessoas distintas, com desejos distintos, e sim, uma única pessoa, com o livre arbítrio de escolher um entre dois caminhos: o bom e o mal (Mt: 7, 13-14). Somos essa pessoa. Podemos ser salvos pela glória de Cristo, a partir de um pedido de perdão sincero e da mudança de atitude. Mas a tentação nos acerca, diariamente. Se até Jesus foi tentando por Satanás (Mt: 4, 1-11), o que dirá de nós?

No livro de Jô, o Senhor autoriza Satanás a tocar em tudo quanto Jô tivesse, apenas contra a alma deste não teria acesso (Jó:1,12). Ainda hoje, Satanás nos atenta, como fez com Jô. Ele não tem acesso a nossa alma, apenas se a damos. E muitos de nós abrimos espaço para que ele destrua o que Deus faz de bom em nós. Caímos em tentações diariamente, mas a bondade de Deus é tão grande que mesmo assim, Ele nos perdoa e nos recebe como filhos. (Hb: 12: 4-6; Lc: 11-32).

Diariamente queremos nos livrar de nossas cruzes. Pedimos a Deus que nos livre delas. Não assumimos a responsabilidade por nossos atos e, covardemente, blasfemamos, por vezes, renegando ao poder de Jesus, pondo-lhe a prova, como se tivemos capacidade para tanto. Satanás que é forte atentou contra Jesus e não venceu (Mt: 4, 1-11). Que dirá de nós, meros mortais.

Diariamente, somos os dois malfeitores. Por vezes cometemos pecados. Muitas vezes, blasfemamos contra Jesus pela mentira, ódio, egoísmo, tantos maus sentimentos. Em outras, nos arrependemos e pedimos o perdão a Jesus. Que Ele nos reconheça perante o Pai. Diariamente. Será que amanhã haverá tempo para isso?

As bênçãos de Jesus esteja com todos.

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