sexta-feira, 21 de maio de 2010

O que aborrece a DEUS

“Seis coisas o SENHOR aborrece, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mão que derramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos.” (PV 6:16-19)

“não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas daí lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor.” (Rm 12:19)

Viver na retidão do Senhor certamente não é a coisa mais fácil de se fazer. Claro que, instintivamente, procuramos viver com aqueles a quem amamos, com quem a convivência nos traz prazer. Infelizmente, nem sempre isso é possível, pois trabalhamos, estudamos, cumprimos muitos compromissos nos quais temos de nos relacionar com outros tipos de pessoas.

Somos suscetíveis a situações inusitadas dentro de nossos relacionamentos íntimos, que dirá, no convívio diário no trabalho, na escola e em todos os muitos lugares nos quais frequentamos. Num ônibus, por exemplo. Senhor, como é difícil seguir seus preceitos! Difícil, mas não impossível.

Um dia desses estava eu em um ônibus circular, indo para meu trabalho, e percebi duas pessoas, um casal, discutindo fervorosamente. Por mais que não os conhecesse, assim como os que estavam próximos a eles, constrangeu-nos aquela cena. Os nomes que ouvíamos eram, no mínimo, desrespeitosos. Mas, o que mais me atraiu a atenção, foram os bochichos das pessoas que assistiam àquela cena.

“Ah, se fosse comigo...”, “Que safado. Merece ir pro inferno.”, “Devia apanhar. Não se faz isso com uma mulher”, “Ouvi falar que ele...”, fora os comentário que não são dignos de pertencerem a estas linhas. Ouvi falar que ele...

O ser humano, no geral, tem o costume de falar coisas erradas, fazer coisas erradas nas horas erradas... sem motivo que as justifique. Claro, nada do que está lendo é novo.

A novidade, talvez, está em saber que tudo isso aborrece a DEUS. E o pior, ELE abomina. Sim, pois toda aquela cena, na verdade corriqueira pela semelhança com muitas de nossas atitudes em muitas das situações a que vivemos, caberiam, certamente, no fim daqueles versículos em Provérbios: “o que semeia contendas entre irmãos”.

Por mais difícil que seja, precisamos aprender a não “pôr lenha na fogueira”, mas sim, tentar apaziguar os envolvidos. Principalmente, quando entre estes, estamos nós. Foi o que ninguém naquele coletivo fez. Nem eu. É o que não fazemos em nosso dia-a-dia. Preferimos resolver à nossa maneira. Nos vingamos, afinal, “aquela pessoa” merece isso, ou aquilo. É interessante como cada ato que a maioria de nós, seres humanos, cometemos, parece formar uma parede que nos afasta do Senhor. Cada ato errado, um tijolo. Como está o muro entre você e DEUS?

A cena toda se tornou interessante, e me fez refletir. Como disse, ninguém fez nada. Na verdade, quase ninguém. Uma senhora, por volta de seus 70 anos, que estava a cerca de três bancos do casal e que ficou quieta o tempo todo, levantou-se e chegou-se a eles. Não deu para ouvir o que dizia, mas três gestos que ela fez, me fizeram meditar. Ela pôs a mão na cabeça, na boca e no coração.

Antes de agirmos pelo impulso, precisamos pensar em nossos atos e no reflexo deles. Nossa boca pode ser como uma tampa de esgoto ou como a porta para um jardim florido, cabe a cada um decidir qual será. A decisão correta? Aquela que vem do coração. Um coração limpo. Como está seu coração?

Não sei o que aquela senhora disse ao casal, mas sei que os fez aquietarem-se. Percebi no semblante deles algo como uma tristeza profunda, um arrependimento. Seus olhares rodearam rapidamente os que os cercavam, depois se cruzaram. Um abraço forte, dolorido, me fez entender que haviam se reconciliado, perdoando –se mutuamente. Alguns ao meu redor, daqueles que antes praguejavam, pareciam também ter percebido seus erros. No fundo, até eu, pois, posso não ter pensado nada, mas, também, não fiz nada.

Um dia ouvi de uma pessoa uma frase perturbadora: “Quando estou irritado, falo e faço a primeira coisa que me vem a mente.” Creio que, muitos de nós fazemos o mesmo. Que tal falar, ou fazermos, a segunda coisa? Ou terceira?

Nossas igrejas pregam aos ventos que JESUS nos ama, mas, e nós? Amamos a JESUS?

Tenham todos um fim de semana abençoado.

Jurandir

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